A querida Tia Beth Tia Beth usava maiôs ousados e maravilhosos comprados no Rio de Janeiro.
Estudou em Paris, lia Jean Paul Sartre, Simone Beauvoir no original e fumava cigarros franceses com uma piteira poderosa.
Tia Beth (minha tia favorita) Na casa da família em Petrópolis - 1957
Karen e a prima Dalva Helena - Cataguases - 1966
Eu amava os penteados de Dalva, e tentava inutilmente copiá-los.Karen Blake era uma espécie de prima postiça, filha de americanos que estavam sempre viajando.
Ela vivia lá em casa e foi criada comigo.
Um dia viajou de volta para Washington e eu nunca mais a vi.
Anos depois me escreveu contando que tinha se tornado uma famosa militante lésbica.
Entrou para o exército e perdeu a vida na guerra do Vietnam.
Tia Evelyne - aniversário de tio Olavinho - 1958
Tia Evelyne e tio Olavinho sempre foram modernos em tudo e (claro) os primeiros na família a ter uma televisão. Foram também os primeiros a se desquitar. Escândalo !
Tio Olavinho era músico e foi morar na Argentina (diziam que era gay).
Depois disso a minha Tia Evelyne nunca mais foi a mesma. Ficava falando sózinha, isolada. Nunca mais tirou os óculos escuros.
Passou a beber, comprou um carro veloz e morreu muito jovem, num misterioso acidente na Rio-São Paulo.
Herdei de Tia Eveline o seu espírito arrojado, além de seus óculos escuros e todo o seu guarda-roupa fabuloso.
Eu, tia Evelyne e a Karen - Petrópolis
Eu devia ter uns 14 anos e me sentia feia e desajeitada ao lado de minha tia sempre linda, impecável e tão elegante.
Ela foi para mim, e é até hoje, um padrão de bom gosto.
Meu maior consolo nessa época era a branquela e medonha Karen, que quando estava por perto nas fotos, me fazia parecer uma deslumbrante Rainha da Beleza da Primavera.