23 de fevereiro de 2007

Clube dos corações solitários

Primeiro baile de fim de ano na escola.
Quinze ou dezesseis anos de idade, no máximo.
Magricela, de óculos, cabelos cor de palha, um horror.
Sempre no mesmo grupinho, as “encalhadas”, que fingiam estar pensando em outra coisa.
Meninas que permaneciam sentadas.
A dança começava sem elas.
O Clube dos corações solitários.
Eu era uma dessas “garotas jogadas fora” da turma.
Moças que acreditavam que passariam o resto da vida assim: sozinhas.
Uma solidão que acabava definitivamente com a auto-estima de uma jovenzinha como eu, insegura, sardenta e sem um pingo de busto.

Na volta para casa, a vergonha de estar só, sem um par.
O primeiro baile passado no toalete de mulheres, molhando de lágrimas o velho vestido de seda verde de minha irmã mais velha.
Aceitei meu fracasso como previsível e completo.
Mas jurei que não passaria o resto da vida como uma estranha, feia e esquecida.
Também jurei que não precisaria mais usar vestidos emprestados.
Prometi a mim mesma que nunca mais nenhum homem me esnobaria.
E que em nenhuma circunstância eu voltaria a chorar de solidão atrás de uma porta fechada, engolindo os soluços para ninguém me ouvir.


17 de fevereiro de 2007

Holiday on Ice

Meu carnaval é no gelo europeu, bem longe do calor carioca.
Mas a alegria, o glamour e animação são as mesmas, como se estivesse desfilando como destaque em uma Escola de Samba.
Dizem que os cavalheiros preferem as louras, não é ?
Então ! Eu sou a loura.


A única profundidade que os homens esperam de mim, é a dos meus decotes.


Nesse carnaval, se for dirigir, não beba.
Mas se for beber, me convida!
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13 de fevereiro de 2007

Sétimo Céu

Um (a) leitor (a) anônimo (a) deixa comentários aqui, dizendo que sou sebosa, convencida.
Tenho a certeza absoluta de que é uma coitadinha, muito feiosa e complexada, senão não seria assim, anônima e invejosa.
Certamente essa criatura auto-inferiorizada é tão pequena e insignificante quanto as letrinhas minúsculas e as reticências que sempre usa em suas mensagens mal escritas.



No fundo (mas bem lá no fundo) você tem alguma razão, monstrinha sem nome.
Sou perfeita demais para ter alguma humildade.
Um sebo.
Vivo feliz, sou bonita, rica, elegante e realizada.
Mas ainda estou procurando atingir a perfeição absoluta.
E não estou longe.
Qualquer uma no meu lugar, já teria desistido.
Mas eu não sou qualquer uma.


Meus ansiolíticos e um champagne, please !
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6 de fevereiro de 2007

Solidão Kristalina

Não tenho e nem jamais tive o menor medo da solidão, juro!
Nunca senti necessidade de ninguém para me sentir feliz.
Até precisei dos homens para algumas outras coisas, mas para a minha felicidade pessoal, nunca !
Já fui feliz e infeliz, com e sem alguém ao meu lado.
E nada mudou em mim.
Se um dia eu tiver que acabar sozinha, com muito dinheiro, jóias poderosas, transbordando saúde, um corpinho escultural, duas viagens Rio-Paris por ano para renovar o meu guarda roupa e uma vida sexual ma-ra-vi-lhosa... então nem me incomodo.
Palavra de Kristal.

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