30 de julho de 2007

Mae West

A maioria dos homens gosta de mulheres que pareçam mulheres.
Qualquer homem pode pegar um monte de palitos num restaurante, grátis.

Mae West


Já fui tão pobre que nem sabia de onde viria o meu próximo homem.

Mae West

(Quando lhe perguntaram que tipo de mulher ela era)
Desculpe, mas não posso distribuir amostras.

Mae West

Mae West


15 de julho de 2007

Vida de Kristal

Hoje em dia me dou (quase) todos os direitos.
Até porque o tempo agora é mais curto, e não posso disperdiçá-lo com nada e nem ninguém que não valha a pena.
Viver pode ser bom em qualquer idade.

A vida me deu tudo o que poderia dar, de bom e de ruim. Nada me foi poupado – ela foi completa nos dois sentidos.

Penso no que o escritor Elie Wiesel um dia disse:
“ Depois de tudo o que já vivi, nada que me aconteça poderá me fazer muito feliz. E nem muito infeliz.”

Houve uma época em que se dizia: “ Só me arrependo do que não fiz.”
Esse arrependimento eu não tenho. Fiz absolutamente tudo o que tive vontade de fazer. E continuo fazendo.

Agora só evito pensar no passado. Ele está lá dentro de mim. Guardado. Quieto.

11 de julho de 2007

Espelho de Kristal

Finalmente voltei ao Brasil.
Muitos dry martinis no avião, o caos nos aeroportos – do Rio e de Paris – duas malas extraviadas (soube que estariam rumo à Istambul) e muita vontade de estar em minha cama.
No taxi, finjo estar dormindo, para evitar ter de conversar com o motorista.
Só quando desço diante de casa, descubro que esqueci as chaves da porta.

As empregadas não estão e todos os porteiros sumiram.
Me imagino passando a noite nos degraus, deitada sobre as bagagens.
Uma versão moderna da pequena vendedora de fósforos.
Morrendo de calor e de sede na calçada, com a bolsa cheia de Euros e usando o conjunto de esmeraldas Bulgari que ganhei de Donald Trump.

Lembro que minha vizinha tem uma cópia extra de minhas chaves.
Ela responde ao interfone com voz de sono e desce, abraçada ao marido. Parecem estar tão felizes. Acho que cheguei exatamente quando faziam amor.
Entro finalmente em casa e me jogo na cama. Nem acredito.
Sinto que estou excluida de uma realidade que é vital.
Talvez só o que os outros têm, seja real.
Espelho, espelho meu.
Me olhe, me toque.
Me ame.