Primeiro baile de fim de ano na escola.
Quinze ou dezesseis anos de idade, no máximo.
Magricela, de óculos, cabelos cor de palha, um horror.
Sempre no mesmo grupinho, as “encalhadas”, que fingiam estar pensando em outra coisa.
Meninas que permaneciam sentadas.
Quinze ou dezesseis anos de idade, no máximo.
Magricela, de óculos, cabelos cor de palha, um horror.
Sempre no mesmo grupinho, as “encalhadas”, que fingiam estar pensando em outra coisa.
Meninas que permaneciam sentadas.
A dança começava sem elas.
O Clube dos corações solitários.
Eu era uma dessas “garotas jogadas fora” da turma.
Moças que acreditavam que passariam o resto da vida assim: sozinhas.
Uma solidão que acabava definitivamente com a auto-estima de uma jovenzinha como eu, insegura, sardenta e sem um pingo de busto.
O Clube dos corações solitários.
Eu era uma dessas “garotas jogadas fora” da turma.
Moças que acreditavam que passariam o resto da vida assim: sozinhas.
Uma solidão que acabava definitivamente com a auto-estima de uma jovenzinha como eu, insegura, sardenta e sem um pingo de busto.
Na volta para casa, a vergonha de estar só, sem um par.
O primeiro baile passado no toalete de mulheres, molhando de lágrimas o velho vestido de seda verde de minha irmã mais velha.
Aceitei meu fracasso como previsível e completo.
Mas jurei que não passaria o resto da vida como uma estranha, feia e esquecida.
Também jurei que não precisaria mais usar vestidos emprestados.
Prometi a mim mesma que nunca mais nenhum homem me esnobaria.
O primeiro baile passado no toalete de mulheres, molhando de lágrimas o velho vestido de seda verde de minha irmã mais velha.
Aceitei meu fracasso como previsível e completo.
Mas jurei que não passaria o resto da vida como uma estranha, feia e esquecida.
Também jurei que não precisaria mais usar vestidos emprestados.
Prometi a mim mesma que nunca mais nenhum homem me esnobaria.
E que em nenhuma circunstância eu voltaria a chorar de solidão atrás de uma porta fechada, engolindo os soluços para ninguém me ouvir.